A separação dos homens entre ricos e pobres sempre foi, e continua sendo, determinada pela quantidade. Para os materialistas quanto maior quantidade, maior riqueza. Quanto maior a riqueza, mais credibilidade. Mais credibilidade, maior poder. E poder, riqueza e credibilidade são, nessa lógica, equivalentes a prazer, alegria e felicidade.
Apesar de estarmos, quase todos, carecas de saber qual a lógica burra do racionalismo pragmático contempla apenas o aspecto mais grosseiro e superficial das aparências, ainda assim, agimos e reagimos sugestionados por esse pseudo conceito.
Respeitamos quem detém, monopoliza e ostenta a posse de quantidades, desprezando qualquer outra idéia de valor que não seja da ordem das grandezas materiais.Dentro dessa visão quantitativa de valore ou na ausência deles, o dinheiro é o símbolo, a divisa, a preferênciaque uniformiza o padrão de riqueza.
Mas o que define o conceito de riqueza e pobreza não estaria exatamente no raciocínio contrário?
Quem é rico e quem é pobre? Quem mais acumula ou quem nada detém?
Dentro dessa visão, o dinheiro é o símbolo, a divisa, a referência que uniformiza o padrão de riqueza.
Já o pobre, que não tem onde cair morto, tem poucos desejos satisfeitos e por isso menos necessidades . Logo é mais rico. Em sua carência aprende, obrigatoriamente, a limitar seus desejos à medida do necessário. E esta suficiência é sua riqueza!
Se, como disse o poeta:
“A forme está no desejo e a pobreza é não saber”, ricos e pobres são, os dois, desafortunados. O pobre porque escravo da ignorância não atina com os mecanismos, sugestões e condicionamentos que o mantém atado à crença da sua ilusória pobreza. E o rico que, apegado ao objeto de seu desejo, acredita no poder se sua falsa riqueza.
Ambos padecem do mesmo mal que o contexto capitalista da civilização moderna flagela a humanidade. E sua raiz está na perene e sedutora senhora luxúria e no envelhecido, caduco e senil individualismo.
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